Saiba tudo sobre Wimax, a internet do futuro que está chegando no Brasil





WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) é uma versão "turbinada" do Wi-Fi. Ele nasceu da necessidade de se ter uma tecnologia sem fio de banda larga com longo alcance e alta taxa de transmissão.
O WiMAX atualmente possui os padrões:
"Nomádico" IEEE 802.16d (ou IEEE 802.16-2004)
Móvel IEEE 802.16e (ou IEEE 802.16-2005).

O 802.16d (ratificado em Junho de 2004) é o padrão de acesso sem fio de banda larga fixa (também conhecido como WiMAX Fixo) e teve os primeiros equipamentos (Aperto Networks, Redline Communications, Wavesat e Sequans) homologados agora em Janeiro de 2006 pelo laboratório espanhol Cetecom.
O 802.16e (ratificado em Dezembro de 2005) é o padrão de acesso sem fio de banda larga móvel - WiMAX Móvel (assegurando conectividade em velocidades de até 100 km/hora) e cujos equipamentos estarão disponíveis no mercado em meados de 2007.

A grande diferença entre o WiMAX "Nomádico" (ou Fixo) e o Móvel é que o primeiro é apenas portátil (não comuta – não possui handoff - entre ERBs em altas velocidades) e o segundo é móvel (comuta – possui handoff - entre ERBs em velocidades de até 100 Km/h).

Eu particularmente prefiro o termo "Nomádico" – apesar do anglicismo – pelo fato de manter a conectividade portátil em velocidades baixas como a de um "nômade". Acho o termo Fixo inapropriado pois WiMAX não é ADSL que "amarra" o(a) usuário(a) na cadeira do computador!
Um lado também bastante inovador da tecnologia de WiMAX "Nomádico" é que no Brasil ela opera em bandas de freqüências Não Licenciadas (5,8 GHZ) e em bandas de freqüências Licenciadas (2,5 e 3,5 GHz).

O WiMAX "Nomádico" fornece uma alternativa sem fio para o acesso de banda larga de última milha ao cabo e ao ADSL. Ele tem um alcance de 8 a 12 km em cobertura NLOS (Non Line of Sight) e de 30 a 40 km em cobertura LOS (Line of Sight) e fornece taxa de transmissão de até 70 Mbps por estação rádio-base.

O WiMAX Móvel ainda não teve seu plano de freqüência homologado pelo WiMAX Forum mas acreditamos que ele virá na faixa de 2,5 GHz para o Brasil.
O WiMAX "Nomádico" é uma solução completa para voz, dados e vídeo (streaming) com QoS (Quality of Service) e segurança intrínsecas. A segurança do WiMAX suporta a autenticação com certificados x.509 e criptografia de dados utilizando DES (Data Encryption Standard). O WiMAX pode transportar IPv4, IPv6, Ethernet ou simultaneamente com QoS.

O WiMAX "Nomádico" terá uma série de aplicações tais como: banda larga sem fio, infra-estrutura de banda larga de telefonia móvel e de Wi-Fi, campus networking, supervisão/segurança, serviços de VoIP e uma infinidade de aplicações corporativas.

Fornecedores de Equipamentos
Os principais fornecedores de WiMAX “Nomádico” no Brasil são: Aperto Networks, Alvarion, Redline Communications, Airspan e Siemens.
Destes fornecedores somente a Aperto Networks juntamente com a Redline Communications são os “únicos fornecedores no mundo” de WiMAX “Nomádico” (juntamente com os fabricantes de chips Wavesat - Canadá e Sequans - França) que têm equipamentos certificados (na tecnologia TDD - Time Division Duplex) e cujos os resultados dos testes de homologação foram anunciados em Janeiro de 2006 pelo Cetecom (Málaga, Espanha).
Aperto Networks
“O WiMAX no Brasil vai explodir”. Esta é a percepção da Aperto sobre o mercado brasileiro de WiMAx.
A Aperto acredita que 03 fatores estão ajudando na motivação atual do mercado: (1) a recente certificação WiMAX “Nomádico” de alguns equipamentos incluindo os deles; (2) a provável chegada do leilão das “sobras” da banda de 3,5 GHz pela ANATEL no primeiro semestre de 2006; e (3) a nova aprovação em Fevereiro de 2006 do regulamento da freqüência de 2,5 GHz pela ANATEL. A freqüência de 2,5 GHz é uma forte candidata a freqüência do WiMAX Móvel.

A Aperto deve estar encaminhando os equipamentos para homologação na ANATEL entre Julho e Dezembro de 2006.
Redline Communications
A Redline considera o mercado brasileiro de WiMAX extremamente atrativo.
No Brasil a Redline está concentrando principalmente seu foco nas Operadoras de telecom que já possuem licenças de 3,5 GHz (Embratel e Brasil Telecom) e também nas Operadoras que vão competir fortemente pelas “sobras” licenças de 3,5 GHz no leilão da ANATEL.
Alvarion
“Todo mundo no Brasil está querendo WiMAX. O mercado brasileiro está querendo WiMAX na freqüência de 3,5 GHz e agora ele começa a descobrir também a banda de 2,5 GHZ com o recente anúncio do regulamento desta freqüência pela ANATEL em Fevereiro de 2006”. Esta é a visão da Alvarion.
Na opinião da Alvarion, o leilão das “sobras” da banda de 3,5 GHz pela ANATEL no primeiro semestre de 2006 vai ajudar ao WiMAX “decolar” no Brasil.
A Alvarion acha que as Operadoras Fixas de telecom investiram muito pouco em WiMAX até agora.
Airspan
A Airspan também participa do coro de que o mercado de WiMAX no Brasil vai depender do leilão “sobras” da banda de 3,5 GHz da ANATEL. “Se este leilão ocorrer até meados deste ano – como é esperado – ainda vai ser possível “realizar alguns negócios em 2006” afirma a Airspan.
Eles consideram que a ratificação do WiMAX Móvel (IEEE 802.16e) ocorrida em Dezembro de 2005 no IEEE vai prejudicar os negócios com o WiMAX “Nomádico” (IEEE 802.16d) no Brasil. Várias Operadoras de telecom no Brasil estão avaliando esperar as chegadas dos equipamentos de WiMAX Móvel em 2007.

A Airspan afirma que nos casos dos seus produtos (HiperMAX e MicroMAX) a migração da plataforma de 802.16d para 802.16e ocorrerá “apenas” com o upgrade de software em virtude da sua parceria com a empresa PicoChip.

Quem tem banda de WiMAX
Atualmente apenas as concessionárias Embratel e Brasil Telecom, a operadora de telecom para o mercado corporativo Neovia/DirectNet e os provedores de Internet Grupo Editorial Sinos e WKVE possuem licenças de 3,5 GHz para WiMAX.
Estas empresas adquiriram as seguintes quantidades de blocos de freqüências no leilão de PMP (Ponto-Multiponto) da Anatel ocorrido em Fevereiro de 2003:
(1) Embratel (3.5 GHz = Regiões I, II e III e 04 pares de blocos nos Códigos de Área = SP1 e RJ1);

(2) DirectNET (3.5 GHz = Região III);

(3) Grupo Editorial Sinos (3.5 GHz = 12 pares de blocos no Código de Área = RS1);

(4) Vant (19,9% Brasil Telecom) (3.5 GHz = 04 pares de blocos nos Códigos de Área = CE1, PE1, BA1, MG1, MG2, MG4, RJ1, SP1, SP9, PR1, PR3 e RS1; 10.5 GHz = 01 par de blocos nos Códigos de Área = RJ1, SP1, PR1, PR3 e RS1);

(5) WKVE (3.5 GHz = 04 pares de blocos nos Códigos de Área = BA2, MG3, MG5, MG7, ES1 e ES2).

Notas:
[a] a Vant foi absorvida integralmente pela Operadora Brasil Telecom;
[b] a DirectNet foi adquirida em Novembro de 2005 pela Neovia da Iqara Telecom do Grupo inglês British Gás. Nos parece que a British Gás está abandonando o negócio de telecom no Brasil pois em Dezembro de 2005 também vendeu a Iqara Telecom para a Operadora mineira CTBC Telecomunicações.
Quem quer banda de WiMAX?
Como a versão hoje disponível de WiMAX é o “Nomádico” acreditamos que os principais players no leilão das “sobras” da banda de 3,5 GHz da Anatel serão prioritariamente as Operadoras de Telefonia Fixa o que não invalida a participação de alguma Operadora de Telefonia Móvel. Em relação a Provedores de Internet não acreditamos na presença deles nas licenças mais cobiçadas do país pois o preço será bem mais alto que o leilão de 2003.
Entre os principais players do futuro leilão destacamos:
(1) A Telefônica que considera o WiMAX uma importante tecnologia para “invadir a área” fora da sua região de concessão (São Paulo) e minimizar o efeito predatório que sofre com a concorrência das outras incumbentes no seu negócio de última milha no Mercado coroprativo. A Telefônica encerrou um pequeno processo licitatório em Dezembro de 2005 para utilização de uma plataforma de serviços de WiMAX (com direito de compra dos equipamentos no final do contrato) com tecnologia Alvarion;

(2) A TELEMAR/Oi com certeza é um grande player neste leilão. Esta Operadora encerrou em Dezembro de 2005 um Projeto Piloto de 02 meses com a tecnologia da Aperto Networks com o bjetivo de testar as funcionalidades do WiMAX e também a sua interface com outros serviços (p. ex., banda larga em ADSL e triple-play). A TELEMAR/Oi considera nos sesu planos “mixar” o WiMAX com Mesh Technlogy para alguns segmentos de mercado;

(3) A GVT anda conversando com os fornecedores de mercado de WiMAX. Acreditamos que a GVT deverá considerar a importância do WiMAX na oferta de serviços convergentes como VoIP desde que ela foi a primeira Operadora brasileira a lançar um serviço de VoIP no Brasil;

(4) Brasil Telecom já tem licenças de WiMAX nas principais capitais fora da sua área de concessão (Fortaleza, Recife, Salvador, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). Ela agora poderia aumentar seu “cacife” de banda em algumas destas áreas e/ou marcar sua presença nas principais capitais da sua área de concessão (atualmente ela já possui banda em Curitiba e Porto Alegre).
Esperemos então este “tão falado leilão das sobras da freqüência de 3,5 GHz” da Anatel chegar!

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Eduardo Prado é consultor especializado em Wi-Fi, WiMAX, RFID e ZigBee

http://idgnow.uol.com.br/telecom/web...IDGColuna_view

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